segunda-feira, 21 de maio de 2007

Diz que é uma espécie de campeão

Saudações campeões! Parece que, segundo ouvi dizer, o F. C. Porto sagrou-se campeão nacional de futebol novamente. Até aqui tudo bem, até porque eu tenho uma costela portista, e quem diz uma costela diz o resto do esqueleto também, e prefiro que a minha equipa ganhe do que perca... Mas eu até sou tipo às direitas, imparcial, inteligente, bem-humorado, crítico, bonito... Ah, e humilde também! Por isso vamos analisar este campeonato. O Porto ganhou porque os seus rivais foram um pouco inconstantes ao longo da época (estou a falar do Braga e do Belenenses, é claro). Esta é que é a verdade, porque o Benfica e o Sporting, não poderiam ser campeões... O Benfica por razões óbvias já exploradas aqui na Pontinha num texto de belo recorte intitulado “Benfiquices”. Aliás basta ver o único golo em 6 meses (isso mesmo, em 6 meses) do grande ponta-de-lança que os encarnados contrataram em Dezembro, um tipo de 40 anos que veio da Rússia, que marcou, no último jogo do campeonato, um dos golos mais estranhos que já vi. Sabendo que um dos outros avançados da equipa é o Nuno “Laura” Gomes, conclui-se que o terceiro lugar foi uma excelente classificação.

Passemos ao Sporting. O Sporting não contava para as contas do título esta época, porque andou a jogar com os juniores, e já se sabe, os miúdos tinham os trabalhos da escola para fazer, às vezes não comiam a sopa toda e a mãe punha-os de castigo, enfim, ainda não estavam preparados para jogar com os crescidos... Agora atenção, se a direcção do clube de Alvalade tiver a inteligência e a capacidade de manter os miúdos todos, e a direcção do clube do Dragão não mostrar as mesmas qualidades e ficar com o Jesualdo, cuidado, parece-me que para o ano o título já está decidido e é verde... Pois é, quando o Nani, o Djaló, o Veloso, e mesmo o Liedson, conseguirem jogar a sério durante toda a época, como faz o Moutinho, as coisas complicam-se para o Dragão. Eu só espero que o Barcelona, Real, Milão, Chelsea, Manchester e outros que tal, não andem a dormir e levem daqui os putos lagartos antes deles terem tempo de estragar essa bonita hegemonia azul, no que a ganhar campeonatos de futebol diz respeito.

E chegamos ao clube do Professor Jesualdo… Que época sofrida, que treinador cagarolas, que corações fortes os dos adeptos portistas... Mas já passou, e o homem foi campeão, não vou dizer mal dele, para já... Para a próxima época, logo no início quando perder a Super Taça com o Sporting, prometo que escrevo aqui um texto a rasgá-lo de alto a baixo. Até lá: “Campeões allez, campeões allez”...

Creamfields barracada

Este fim-de-semana fui ao Creamfields Lisboa, fui e não gostei. Já li várias críticas e reportagens sobre o festival, e todas elas positivas. Suponho que tenham sido escritas por jornalistas que tinham a sua comida no carro de reportagem, podiam utilizar as casas de banho do staff e entravam para as diversas tendas pelos bastidores, ou seja, não tiveram de suportar filas para nada!

Mas vamos do início. A ideia é muito boa, concentrar num espaço ao ar livre diversos tipos de música, um festival de verão diferente de todos os outros, com inúmeras tendas de dança, com música e ambiente para todos os gostos, desde praia artificial até uma esfera discoteca. Havia ainda actividades paralelas, como poder voar de balão ou jantar numa mesa suspensa a 50 metros de altura. Não faltava nada. Um espaço fantástico, uma extensão de terreno gigantesca ondulada, com erva, pinheiros, tudo muito bonito, para quem conhece, foi no Parque da Bela Vista. O palco principal com bastante espaço à frente, toda a gente conseguia ver os concertos. Li que estiveram cerca de 35 mil pessoas! Até aqui tudo bem.

Agora vêm as diversas atracções... Para cada tenda havia uma fila de 50/100 metros no mínimo (no mínimo mesmo), e parecia que não andavam, desencorajava qualquer um. Mas também é uma questão de matemática, temos 7 tendas de música, para além do palco principal, cada uma leva 200 a 300 pessoas, se temos 35 mil pessoas, ia dar barraca obviamente... Portanto, quem comprou o bilhete a pensar que ia experimentar tudo, voltou para casa com, no máximo, metade das tendas visitadas. Se não houvessem filas, um gajo com duas ou três tomas de extasie, uns cafés e umas aspirinas, talvez fosse capaz de passar por tudo. Agora com o desgaste físico e psicológico inerente à espera nas filas, para todos os sítios, era tarefa impossível, por mais químicos que utilizasse!

Mas isto ainda não acabou, guardei o melhor para o fim. Pouquíssimas casas de banho, daquelas verdes, bonitas. Imaginem 20 minutos à espera com aquele cheiro característico. Lindo... Melhor ainda foi a comida, meia dúzia de roulottes (se estou a cometer algum exagero quando digo meia dúzia, é por excesso, não tinha mais de 6, garanto). Agora imaginem 35 mil pessoas cheias de fome e cansadas... Estive 90 minutos a ser esmagado para conseguir tirar senhas e comer alguma coisa. Já sabem como é, encontrões, cotoveladas, ninguém se respeita, ânimos exaltados, foi muito mau mesmo.

Pensei que pelo menos ia ver um bom concerto de Placebo, motivo que me levou a ir lá em primeiro lugar. Não senhor, não eram a banda principal. Tocaram menos de uma hora, sempre a despachar, passei mais tempo na barraca dos cachorros do que a ver Placebo... Desilusão completa. Agora do fundo do coração, uma mensagem para a organização do festival. Para o ano mantenham toda a ideia original, mas considerem estes dois conselhos: Primeiro – em termos de espectáculo, em vez de uma tenda de cada tipo, coloquem duas ou três, ou então imponham um limite ao número de pessoas a admitir, não hipotequem todo o evento por causa de lucro fácil. Segundo – em termos de humanidade, coloquem 10 vezes mais casas de banho e roulottes de comida em relação a este ano, tenham piedade.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Pobre que come o rico

Ontem fui tomar café com a Merche Romero e depois fomos ver um filme para casa dela... Mas falemos de coisas mais interessantes. Com vista a ir de encontro às exigências dos leitores da Pontinha, dei-me ao trabalho de ir à Internet tirar a letra da canção do genérico da Floribela e decidi analisá-la. É uma espécie de auto flagelação, assim tipo o monge assassino do Código Da Vinci, mas com sofrimento a sério. Deliciem-se, a letra é brilhante e a canção chama-se “Pobres dos Ricos”...

“Pobres dos ricos, que tanto têm, p’ra que é que serve tanto dinheiro” – Para comprar uma casa, um carro, comida, pagar os estudos, pagar a TV cabo para não termos de levar com a Floribela, etc, etc, etc.... Assim de repente, sou capaz de me lembrar de duas ou três... Centenas de coisas para que serve o dinheiro.

Saltando um pouco: “Pobres dos ricos, que sem verdade, vivem a vida sem liberdade” – Eu gosto é da liberdade de trabalhar 8, 12 ou 16 horas por dia, chegar a casa e cozinhar, arrumar, etc, e ainda por cima o dinheiro não chegar.

“Não tenho nada, mas tenho, tenho tudo, sou rica em sonhos, e pobre, pobre em ouro”, “Mas não me importa, pois só por ter dinheiro, não compro amigos, estrelas, um amor verdadeiro” – Um recado para a Bolota: quando fores ao supermercado tenta pagar com sonhos... E caso não saibas, também não é com sonhos que compras amigos ou um amor verdadeiro, isso conquista-se não sendo chata, nem irritante, nem andando a comer o patrão!

“Eu tenho sorte, pois sendo pobre, sobra-me tempo e tenho sonhos” – E ela a dar-lhe com os sonhos! Isto vindo de quem vive numa mansão, não faz bolha, mas é que não faz mesmo nada, e ainda anda a comer o patrão... É preciso ter lata!

“Vem ter comigo, vamos cantar, pois nunca é tarde para sonhar” – Outra vez os sonhos? Já era tempo de acordares; tu e metade dos portugueses que ainda têm a SIC sintonizada...

“Tudo o que tenho é dividido, o melhor da vida são os amigos” – Ora deixa ver se percebi; tudo que ela tem divide com os amigos. Mas ela acabou de dizer que não tem nada, apenas sonhos e o corpinho que Deus lhe deu... E divide isso com os amigos, certo? Pelo menos com o patrão divide... Eu logo vi que não era uma menina má de todo.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Você decide

Começamos hoje uma nova rubrica neste blog. Os leitores poderão escolher o tema a ser comentado. Para isso enviem um sms (se for uma mensagem escrita não serve, tem mesmo de ser um sms), para o número 3333 com o tema que gostariam de ver comentado aqui na Pontinha! ...................................................................

Já temos o tema vencedor, não foi o que obteve mais votos, esse lugar foi para “As cuecas do Alberto João Jardim”, mas como este blog também é lido por crianças, tivemos de passar para os segundos temas mais votados, exequo: “Gajas boas” e “Lesões desportivas”. Os leitores pediram e vão ter, vamos falar do César Peixoto. Para aqueles que não sabem quem é, trata-se de um jogador de futebol, um esquerdino, eterna grande promessa que nunca mais se concretiza. Este rapaz começou a dar nas vistas muito jovem no Belenenses e atraiu a atenção do F. C. Porto. Mudou-se para a Invicta e conheceu a Isabel Figueira, com quem viria a casar. Aqui é que as coisas mudam de figura. O rapaz começou a ter lesões musculares consecutivas e nunca mais jogou com regularidade, até que acabou por ser dispensado pelo F. C. Porto. Foi jogar para o Espanhol de Barcelona. Passou o ano inteiro lesionado, e provavelmente será também dispensado pelo Espanhol.

Agora que já estão a par da história do César, tentem seguir o meu raciocínio. Jogar futebol profissional chama-se alta competição, exige muito em termos físicos, e quem o faz tem de ter diversos cuidados com o seu corpo de modo a conseguir estar ao nível exigido. Jogar basquetebol profissional é a mesma coisa, ou râguebi, ou atletismo, ou ciclismo, etc.... Conhecem alguém que seja profissional de futebol e de basquetebol ao mesmo tempo? Ou de râguebi e ciclismo em simultâneo? Não, pois não? Então passemos à segunda parte da minha teoria. Andar com a Isabel Figueira (entenda-se “andar” no sentido conjugal do termo, com os deveres inerentes a cumprir), na minha opinião, é igualmente alta competição, trata-se de uma “Liga dos Campeões” no que se refere a mulherio. Portanto, se os outros atletas de alta competição não são capazes de o ser em duas modalidades simultaneamente, porque é que o César Peixoto havia de conseguir? Aqui fica um conselho César, opta por uma ou por outra, as duas é que não dá! Eu no teu lugar sei qual escolheria, até porque o futebol não é assim tão interessante...

Quero abrir um Coffee Shop

Saudações meus amigos, ressacados e não ressacados, viciados e consumidores ocasionais, conhecedores e curiosos... Estou farto de trabalhar das 9 às 6, oito horas por dia, 5 dias por semana, não aguento mais! Quero ter o meu negócio, algo que me dê prazer, onde possa fazer o meu horário, que me permita ter qualidade de vida (atenção que qualidade de vida não tem nada a ver com ganhar mais dinheiro). Preciso de uma ideia original e penso que encontrei – Quero abrir um Coffe Shop! É isso mesmo, tipo Amsterdão, mas na Ribeira do Porto. Imaginem só, na Ribeira, na zona dos arcos, um daqueles tascos todos em pedra. Depois de um dia de trabalho cansativo, o pessoal ia lá tomar um copo, entrava, um ambiente escuro, velas, uma parede de vermelho, mesinhas e sofás pretos, alguns puffs, um balcão... O pessoal sentava-se, pedia um Martini Bianco, apenas uma rodela de limão, enrolava o seu charrito, e relaxava enquanto o paiva ia passando de mão em mão. Reparem agora no pormenor, um Menu de erva! Pensem bem, podiam escolher a variedade que quisessem, pediam, o empregado levava uma balança portátil à mesa, compravam, preços tabelados em gramas e em onças (para os turistas). Escolhiam o tipo de canhotinho, podiam experimentar, variar. Até já tenho nome para o estaminé: “Little Colômbia”. Não me digam que esta ideia não tem potencial? É claro que existem alguns impedimentos legais, mas nada que não se possa contornar. Traficar diamantes dentro de uma universidade também não é propriamente legal, dizer que somos engenheiros na Assembleia da República sem a licenciatura, ficar com dinheiro da transferência de jogadores, acumular reformas de cargos políticos, pagar viagens aos árbitros, comprar um terreno agrícola e, numa semana, transformá-lo em terreno de construção para vender com um lucro de 300 %, etc, etc etc.... Tudo se consegue desde que haja iniciativa e originalidade. Contornar a lei é como evoluir, a parte difícil é dar o primeiro passo...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Queimus terminus est

Infelizmente é verdade! Assim como o Eusébio já não marca 4 à Coreia, nem a Brigitte Bardot cavalga nua pela praia, também a Queima das Fitas do Porto terminou, pois tudo que é bom tem um fim. Mas este blog esteve presente. Podemos não ter um correspondente no Iraque, na palestina ou mesmo na Bela e o Mestre, mas na Queima estivemos lá.

Vou começar por destacar três aspectos positivos; em primeiro lugar a pontualidade dos concertos, o que permitia que quem quisesse ir embora no final dos ditos deixasse mais espaço para aqueles que chegavam às 2:00 da manhã e praticavam a nobre arte de fazerem questão de só sair, sob protesto, quando os senhores de farda, cacetete e mau feitio “varriam” o recinto às 6:00 da manhã… Em segundo lugar a tenda de jazz. Tenho de dar os parabéns à FAP pela ideia, espero que seja para continuar nos próximos anos. Para quem não sabe o que é, trata-se de uma tenda com alcatifa e puffs para o pessoal estar sentado e, quando terminassem os concertos no palco principal, começava um concerto de jazz na dita tenda. Muito bom mesmo. Por último temos os transportes. Nunca pensei vir a elogiar os transportes públicos do Porto, muito menos durante a semana da Queima, mas de facto gostei dos horários e da coordenação entre os autocarros e o metro, que cobriam toda a cidade durante toda a noite. Parabéns!

Mas a vida não são só flores, álcool e drogas leves... Infelizmente continuam a existir aquelas roullotes de tiro aos patos, ou às latas ou ao boneco, para ganharem uma garrafa de champanhe quente; para já não falar dos carrinhos de choque, sítio privilegiado de reunião de gunas... Apareceu por lá também uma barraca do KFC!? Então como é? O pessoal do INEM não tem já trabalho suficiente? Quando recebem um gajo semi afogado no próprio vómito, não lhes basta terem de perceber se foi álcool, droga ou as duas coisas juntas, como agora também passa a haver a possibilidade de intoxicação alimentar? Vamos respeitar o trabalho das pessoas!

O que continua igual aos anos anteriores são as casas de banho. Vou-vos dizer uma coisa, utilizar uma casa de banho da Queima no último dia é qualquer coisa que se situa, em termos de coragem (ou burrice), entre ir nadar com tubarões quando se está com o período e renovar contrato com o Fernando Santos. São rios de urina a escorrer daqueles cubículos verdes, e o cheiro meus amigos, o cheiro... Penso que há quem apanhe uma jarda propositadamente para conseguir entrar naquelas casas de banho.

Termino com duas coisas boas, os pães com chouriço continuam divinais (apesar do preço – 2,5 €, 500 paus, chulos!) e as nossas universitárias estão cada vez mais bonitas. Alegrum cerevisiae est Super Bockum, cannabis et mulherum, vate sempris allea Queimus Portucalis.

sábado, 12 de maio de 2007

Melchias e a psicologia no desporto. "Obrigadinho".

Num sábado como tantos outros o clube do Melchias ia jogar ao fim do dia e depois de uma viagem pela zona de Entre-os-Rios (curva e contracurva). Para não fugir à regra nem destoar muito do que habitualmente acontece nestas viagens, Melchias engana-se no caminho e uma vez mais pára o carro no meio da rua sem qualquer aviso! (ouvem-se buzinadelas).
Um pouco mais tarde, já em pleno jogo um dos seus ”passarinhos” (forma carinhosa como trata o plantel) falha na marcação de um adversário e acaba em golo! Difícil como é de controlar o seu impulso, eis as palavras de incentivo para a equipa e atleta em questão por parte do nosso amigo:


- “Somos uns passarinhos pá! Não temos ronha nenhuma. Não valemos nada, caralh# pó’ caralh#, só me fod#m. Ide jogar a pau com os ursos!” – e continua para o descuidado atleta – “Obrigadinho. Oh Jorge obrigadinho! Vai pró’caralh#!!! Não se pode contar com ninguém pá! Só me fod#s".

Analisando a lupa a situação descrita só há uma coisa a fazer. Dar nota 20 ao Melchias em psicologia desportiva. Motiva como ninguém os seus “passarinhos”.

Melchias, um homem de grandes convicções

Prontos para mais? Cá vai.
Como é sabido, o Melchias prepara todos os anos uma equipa ambiciosa pronta para descer de divisão. No entretando vai desempenhando outras quantas funções, desde presidente, a delegado, motorista, roupeiro, massagista...enfim uma catrafada de trabalhos! Com tanta tensão acumulada e os resultados a não ajudarem, Melchias acaba sempre em época de crise (todas as
semanas) por comunicar ao plantel que se o clube descer para a 3ª divisão, acaba! Até aqui tudo bem, até se compreende, há o orgulho dum clube e reputação a preservar. De qualquer forma assim que se aproxima o fim da temporada e com a equipa de corda ao pescoço, começa a falar com os jogadores em particular dizendo:

- Como é Hugo? Posso contar contigo pra próxima época?
- Pode Melchias.
- Mesmo que desçamos à 3ª?
- Sim Melchias.

Palavras pra quê. A convicção de um homem constroi novos mundos.
Até qualquer dia.

A saga do "Melchias" continua...

Um pouco relacionado com a regressão no percurso dos jogadores que passam pelo clube treinado pelo "Melchias", houve um que originou uma história interessantissima. Mota, jogador de fino trato só jogava com o pé esquerdo, limitando o uso do direito para subir o degrau do autocarro e manter o equilibrio. Á custa disto e da sua falta de confiança, Mota perdia inúmeras oportunidades de golo. Sempre que bastava um pequeno toque com o pé direito ele dava voltas e viravoltas para tentar tocar com o pé esquerdo, gorando-se assim o tempo de remate. Melchias, alertado por outro jogador para este facto, com o intuito de que orientasse e ajudasse Mota a melhorar a situação, respondeu da seguinte forma, e passo novamente a citar:
- "Cara*#$! Oh Hugo, não me fod#s pá! Filho da put#, quando eu jogava no Cerco, houve um filho da put# dum treinador que me quis por a chutar com o pé esquerdo. Eu quase que parti uma perna! Mandei-o fod#r." - Ao que Hugo pergunta:
- "Mas, oh Melchias, quantos golos é que marcou na sua carreira?" - Melchias responde:
- " Eu? Náo marquei nenhum caralh#."
Até à próxima. Cumprimentos.

As palavras do "Melchias"

Hoje dá-se inicio a uma rubrica nova. Vou dar-vos um cheirinho do poder que a palavras podem ter!
"Melchias" (vamos chamá-lo assim para não ferir susceptibilidades e de certa forma manter a pessoa em questão no anonimato e evitar num futuro próximo a perseguição por paparazzi, o que poderia ser um grande transtorno) é único. O banalmente chamado homem dos 7 oficios (este acreditem tem mais alguns). Conceituadissimo treinador de futsal na sua rua, vencedor de inúmeros prémios na carreira já extensa, nomeadamente o de levar todos os anos a sua equipa a luta pela despromoção, o de ter ajudado o maior número de jogadores a contrariar o normal percurso evolutivo orientado-os sempre para a regressão nas suas carreiras, e famosissimo pelas suas palavras sábias e incentivadoras. É sobre este último ponto que vos vou falar. Vou contar alguns episódios ao longo das próximas semanas para assim ficarem com uma pequena noção do que representa este grande homem.
Há cerca de 2 épocas atrás, em mais uma ardua luta pela manutenção, a equipa treinada por Melchias perdia ao intervalo por 3-1. Após uma 2ª parte envolvente, conseguiram empatar e o jogo terminou com o placard de 3-3. No treino que se seguiu ao jogo, no qual o Melchias tem sempre algo a dizer (2 a 3 min que se multiplicam por 10 para jubilo dos jogadores) eis que numa onda moralizadora diz o seguinte e passo a citar:
-"Oh gente, o que eu mais gostei do jogo passado, não foi o empate mas sim o facto de termos recuperado de 3-1 para 2-0...". No relatório do jogo consta o resultado 3-3, de qualquer forma fica esta nota.
Por hoje é tudo. Fiquem bem.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Baby Boom

Recebi um telefonema do homem que manda nisto tudo! Não, não foi do Eng. Belmiro de Azevedo, foi de outro Eng.… Quer dizer, foi de outro senhor… Já devem ter adivinhado, foi do nosso 1º, o Zé Sócrates. Não foi bem ele quem me telefonou, foi mais o assessor do assessor de um adjunto do assessor do secretário de estado de qualquer coisa… Mas é como se tivesse sido o Zé! O homem disse-me assim: “Oh pá, visto que o vosso blog se tornou na maior referência dos nossos políticos, até o Professor Marcelo o consulta, não queres escrever semanalmente qualquer coisinha a dizer bem do nosso governo?”. Ao que eu respondi com ar indignado: “Estou indignado!”. E continuei: “Este é um espaço sério e digno, que se dedica a expor e comentar os mais importantes assuntos da actualidade e nunca nos venderemos. Jamais!”. Ao que ele respondeu: “E por 200 euros?”. O meu tom de indignação subiu e retorqui: “O quê? Nem pensar!... 250… Para cada um…”. O homem aceitou e eu estou quase a escrever o primeiro desses textos, mas ainda não vai ser este…

Depois de escrever a introdução mais longa e disparatada da história deste blog, chega a altura de falar sério. Após uma rigorosa pesquisa no terreno, durante a qual estivemos quase sempre sóbrios, chegamos à conclusão que o maior Baby Boom anual da região do Porto se verifica 9 meses após a Queima das Fitas! O que é que isto significa? Duas coisas. Os nossos jovens vão para a Queima, as hormonas fervilham, eles entusiasmam-se, ficam a dormir fora de casa, beberam uns copos, perderam os preservativos quando baixaram as calças naquele brinde colectivo e já se sabe, Queima sem Quim Barreiros e uma experiência sexual (de preferência não em simultâneo), é como ser Reitor da UNI e não fazer tráfico de diamantes! Não soa bem…

Mas atenção que este não é o único motivo. Se os meninos ficam fora de casa, os pais ficam sozinhos em casa. Apanham-se sozinhos, as hormonas fervilham, eles entusiasmam-se, a pílula até tinha acabado e as coisas acontecem… Depois nascem os sobrinhos e os tios no mesmo dia.

Tempo de reflexão! Numa altura em que a população envelhece, em que há cada vez menos bebés a nascerem, em que se incentivam os jovens a terem mais filhos, etc.… O que dizem fazermos duas Queimas por ano? Pensem bem, era perfeito, vêm algum contra? Eu pessoalmente não vejo nenhum, e caso esta ideia avance, serviria também para demonstrar que os nossos jovens não pensam só em copos, mas tentam resolver activamente os problemas estruturais do nosso país. Mais uma vez boa Queima e boas actividades paralelas.

terça-feira, 8 de maio de 2007

The Musketeers

I’ve been noticing that something was missing in this blog, it wasn’t complete. I was thinking what could it be, and it hit me like a lightning: The Musketeer’s story must be told! Has you’ll surely understand, the Musketeers aren’t Portuguese, or Spanish, or German, or French for that matter... The Musketeers are citizens of the world, and in order to be understandable for every Musketeer, this must be written in english.

The Musketeers are a Fellowship that has the purpose to enjoy the pleasers of life, as it should be! The Musketeers started in 1997 when two freshmen from the Catholic University in Porto (Athos and Porthos) established the pact to attend to every single event in the academic year, to always start the evening with a toast to female beauty and to preserve friendship above all things. That was an amazing year, and their objectives were fully fulfilled. In the following year, with the new batch of freshmen, they’ve selected three with Musketeers potential to join the Fellowship (Aramis, D’Artagnan and the Cardinal). The Fellowship would be known as 4M+1. These five friends kept their hopes high and their objectives untouched. They ruled their lives to sanctify the Musketeers code composed by these five guidelines: Beauty, Women, Love, Fun and Friendship. These were, and still are, without exception, a beacon in their living. As it is perceptible, the Musketeers are gentlemen, so no details were, or will be, revealed in this blog, but forever are printed in their minds.

In 1999 D’Artagnan and the Cardinal left Catholic University, but not the Musketeers. In the following years, the five friends maintained their way of living and always respected the Musketeer’s code, wherever they were, in Portugal or in a foreign country, the Musketeers became legendary. In 2002, Aitor from Miranda, Spain, came to study to Catholic University in Porto; he embraced the code and honoured it, and when they thought the fellowship was closed, Aitor became The Spanish Musketeer. And so they were six...

In 2003, Porthos and Aramis went to study to Freising, Germany, for five months, where they’ve met Peter. As it was expectable, these two Musketeers kept their patterns and printed the Musketeers way of living in Freising University community. In 2005 and 2006, Aramis and Athos returned to Freising, to the Freibierfest (an amazing university free beer festival). During all this visits, Peter embraced the Musketeers code, and naturally he became The German Musketeer. And so they were seven...

Although in different parts of Europe, with different cultures, the magnificent seven don’t forget what started ten years ago, what still unites them, what still moves them to try to be together, to find an excuse to travel, to re-assemble the Musketeers. And more important yet, to keep on living for what they believe: Beauty, Women, Love, Fun and Friendship. Long live the Musketeers!

TV para crianças

Hoje é dia 8. E isso leva-me a concluir que ontem foi dia 7! Sendo assim, e como amanhã é dia 9, estive a ler novamente a maior obra literária em língua portuguesa desde Os Lusíadas. Peço as devidas desculpas a Camilo, Eça, Pessoa, Herculano e Saramago, mas estou a falar deste blog... Reparei que ainda não falámos de programação infantil. Imperdoável! Vamos remediar isso...

Vamos começar pelo presente. A programação infantil está, neste momento, na mais profunda decadência. O que temos para as nossas crianças verem? Floribela e Doce Fugitiva! Exactamente, é isto que elas vêm. Vão crescer com sérios problemas mentais, e não se espantem que no futuro, os nossos líderes, em todas as áreas, sejam aqueles que em criança não tinham televisão... O único canal que vai lutando contra o embrutecimento profundo dos nossos mais novos é a RTP2, que apresenta alternativas viáveis e de qualidade, apesar de ainda ter de percorrer um longo caminho no que respeita à escolha dos nomes dos programas. Senão vejamos, têm um magazine que se chama P.I.C.A. Ora bem, já se sabe que isto para uma criança, embrutecida ou não, está mesmo a pedir um trocadilho. Só falta chamarem a um outro programa C.A.R.A.L.O. ou P.I.O.C.A...

Recuamos mais 5 a 10 anos e temos o quê? Dragon Ball e 15 outras séries sobre cortar cabeças, perfurar abdómens e como conquistar o mundo à porrada. Se acabámos de falar da Floribela, estas séries até podem parecer material de Oscar, mas não são. De qualquer forma, a criança poderia transformar-se num psicopata, mas não num vegetal, e neste campo já estão a ganhar à geração Floribela.

Mas eu também não sou desse tempo, e o objectivo deste texto era o de recuar 15 a 20 anos para vos falar de programação infantil a sério! Sabemos com rigor que 72,8 % dos leitores deste blog ainda não eram nascidos há 20 anos ou pelo menos não viam televisão. Contudo, e como a nossa missão é também instruir, e com a esperança de que encontrem no sótão de algum primo mais velho as VHS desse tempo, aqui fica a informação. Séries de culto: Heidi, Bell e Sebastião, Os Amigos de Gaspar, Tom Sawyer, Os Marretas, Ana dos Cabelos Ruivos, Os Amigos da Floresta Verde, Dartacão, Alf, Clube Amigos Disney, com o primeiro e único grande apresentador infantil, o Lecas. Foram grandes tempos… Deixo-vos com estas pérolas que faziam com que me levantasse sábado e domingo às 8:00 horas da manhã! Boa televisão.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

"Des"Ordenamento do território

Há algum tempo que um dos temas na ordem do dia é o ordenamento do território (para os observadores como eu, refiro-me ao desordenamento do território). É um facto que é mau, terrível, despropositado, disfuncional, caótico...FEIO! É também mais do que obvio que a solução não está para breve, pois é certo que os interesses de terceiros (designadamente as grande empresas de construção civil) serão sempre a prioridade para os organismos estatais e câmaras municipais etc, face ao tráfico de influências e interesses económicos tratados por baixo da mesa de um qualquer bar de alterne, a meias com uma garrafa de JB 15 anos, uns quantos pares de cuequinhas de renda e jackpots num Euromilhões, que nestas circunstâncias sai à 4ª feira depois do strip das 3h. É claro que ninguém confirma (e infelizmente a ignorância ainda abunda na população) porque se a politica fosse uma actividade ou ocupação séria e honesta, perdia a razão de existir, com ela muitos postos de trabalho (eu prefiro chamar-lhes tachos para deputados e afins. Batatinhas!) e também as manifestações nas ruas.
Com isto ficam condenados ao fracasso todos os estudos encomendados pelo governo e autarquias (quem diria) com o intuito de se asseverar as qualidades e tipos de solos apropriados ora para a exploração agrícola ora para a construção urbana etc.
A única solução a meu ver, e perdoem-me os mais sensíveis (não coloquem em causa o meu amor à pátria), seria um terramoto à escala nacional (demasiado dramático) após o qual só se salvariam para além das vidas, os centros históricos das cidades.
Assim o caos de outra hora seria lembrado como uma espécie de epidemia longínqua.

Também quero ter um Arquipélago

Este fim-de-semana realizou-se um dos actos eleitorais mais importantes dos últimos anos a nível europeu e que terá certamente repercussões vincadas no desenvolvimento de diversas situações político-económicas por todo o mundo, especialmente na Europa. Quem estiver a pensar na vitória do Sr. Nicolas Sarkosy para a presidência francesa, desengane-se; falo como é óbvio de mais uma maioria absoluta do nosso “Fidel Castro” na SUA solarenga Ilha da Madeira. Pois é, o tio Alberto João obteve uns esclarecedores 64,2 % dos votos dos eleitores madeirenses. Isto é preocupante, não pelo facto de 64,2 % dos eleitores madeirenses terem mau gosto, mas por 64,2 % (desculpem a insistência, mas o valor é impressionante) dos eleitores madeirenses darem credibilidade ao artista. Sim, artista, porque eu sei reconhecer que o homem, quer se goste ou não, é um artista… Um artista de variedades! Ninguém entretém uma plateia como ele, dando lições à maioria das nossas gentes do espectáculo no que se refere a actuações em palco!

Eu devo confessar que tenho inveja do “Presidente do Conselho” da Madeira (não resisti a esta comparação subtil com o tio Salazar). Inclusive, já tenho um projecto para apresentar ao governo de Portugal (governo da parte continental e Açores, bem entendido), onde proponho, num espaço de 7 ou 9 dias fazer das Berlengas o meu arquipélago! Isso mesmo, o Arquipélago das Berlengas, do qual eu serei o Presidente do Conselho. O Governo do País pode mandar para lá uns trocos largos, mas sem interferir na sua governação, isso é comigo. E que nem lhes passe pela cabeça aplicarem às minhas ilhas as mesmas leis que aplicam ao resto do país; era só o que faltava... Se refilarem, levam logo com uma data de “Felhos da p*** do Contenente”...

A proposta segue para S. Bento. Viva Portugal! Viva o forrobodó da Madeira! E viva a independência das Berlengas!

Uma loira é sempre burra!

Há coisas que nunca mudam, provérbios eternos e verdades inquestionáveis, e uma delas é que as loiras são mesmo burras! Passo a explicar! Estava eu muito entertido esta manhã a ver o programa do Goucha e da gaja boa que costuma ser a sua sombra (extraordinariamente porque estou de ressaca do casamento a que fui ontem), e anunciaram que iriam por a vida do meu Sr. Presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, pessoa integra, singular, ímpar até, o que despertou de imediato a minha atenção. A biografia foi aparentemente e pelo que percebi, escrita por 4 mãos femininas e durante a conversa agradável, houve uma jornalista (loira) que se destacou sobremaneira e que pelo seu discurso, pela forma como descrevia a infância, a juventude, mulheres e personalidade da figura mediatica que é o Pintinho, chegou mesmo a convercer-me que ele era uma anjo na terra. Até que se tocou no assunto Carolina Salgado e a catrafada de pancadaria que deram ao Ricardo Bexiga. A jornalista fazia crer que não havia relação possível pois Ricardo Bexiga era vereador da CMG pelo PS e o problema era com o Gondomar, e que há 2 anos suspeitava-se de Valentim Loureiro e agora num ápice, a história deu uma volta de 360º e passaram a acusar o Pintinho...acho que não preciso dizer mais nada! Loira burra.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Freira, cozinheira e actriz porno

Halten mich mein klein prinzessin! E tendo dito isto, posso introduzir um tema que, para vergonha deste blog, ainda não tinha sido focado. Pelo sucedido apresentamos as nossas desculpas e apressamo-nos a repor a justiça que é devida a mais este marco incontornável da cultura portuguesa. Falo obviamente da Estrelinha, ou Doce Fugitiva, ou Floribela da TVI, ou qualquer outra coisa que sirva para identificar a freira do diabo (entenda-se “freira” com o hábito vestido, e “do diabo” quando está sem roupa). Depois admiram-se que haja mais do que um Padre Américo! Os Padres são homens de Deus, mas continuam a ser homens. Espetam-lhes com uma freira destas ou com a Amelinha à frente e querem que os homens fiquem quietos? Sinceramente, penso que nem Deus, na sua infinita misericórdia e bom gosto, os condenará…

Mas vamos falar da Estrelinha. Começamos obviamente pelo argumento, que é de uma qualidade brutal. Segundo percebi (e peço desculpa, pois não estou tão dentro da história como na Floribela), há uma menina que fugiu de casa, adora o pai, mas anda escondida dele, enfim… Está a tentar descobrir não sei o quê e disfarça-se de freira (o que tem toda a lógica, uma freira com aquele cabedal passa completamente despercebida…). Também se disfarça, creio eu, de empregada ou cozinheira (que faz ovos de chocolate para o Feira Nova) na casa de uma família rica, uma família de órfãos em que o irmão mais velho é uma espécie de Carol Wojtila, mas com o cabelo à fozeiro (completamente diferente do que se passa na Floribela…). O rapaz é um docinho de menino, empresário, gere a fortuna da família e mantém unida aquela ninhada de irmãos que anda lá por casa. Parece-me, mas já estou a correr o risco de ser injusto para a menina, que ainda se disfarça de outra coisa qualquer, não sei bem o quê… Resumindo, temos uma miúda, que até poderia aparecer vestida de cavalo, que com aquela carinha e aquele corpo ninguém se ia esquecer dela. Mas que consegue aparecer às mesmas pessoas, e que por estar com um hábito de freira ou com um avental, já ninguém percebe que se trata da mesma menina. Credível!

Para terminar, queria apenas lançar uma ideia inovadora dirigida ao Canal 1. Que tal fazerem uma série ou novela sobre uma menina que vivia com os avós numa aldeia do interior do país e que veio procurar os pais; agora vive num mosteiro disfarçada de Monge Tibetano, trabalha numa vivenda particular de Cascais como jardineira, tem 7 fadas que a ajudam (uma para cada dia da semana), veste-se com roupa do circo onde trabalhou enquanto juntava dinheiro para ir para Lisboa. Mantém uma relação incestuosa com o herdeiro da tal vivenda, uma mistura de Rodrigo Santoro (de aspecto) e Dalai Lama (de bondade), mas em loiro, que na 3ª série se virá a descobrir tratar-se do seu meio-irmão de uma relação que sua mãe, a Condessa de S. Mamede Infesta, teve com um Conde Dinamarquês durante uma feira equestre na Golegã… Caso a direcção de programas da RTP esteja interessada, por favor contacte este blog.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Queima das Fitas

Não está vivo, não tem mosca, tu não queres, tu também não, vai a cima, vai a baixo, vai ao centro e vai para dentro… É isso mesmo, já chegou a Queima! E eu não ando na universidade… Há já 4 anos… Ainda não me mentalizei completamente, mas o meu psicólogo diz que estou no bom caminho. Sendo assim, e enquanto pago ao homem para ele me convencer que já terminei o curso, continuo a ir à Queima, porque a Queima é um estado de espírito, e eu ainda devo estar nessa onda…

Este texto é dirigido àqueles que vão este ano pela primeira vez à Queima das Fitas. Antes de mais têm de ter noção que a semana da Queima é a melhor semana do ano inteiro e a vossa vida deve ser organizada em função dessa semana. Quem disser o contrário está completamente desfasado da realidade e vocês têm legitimidade para lhe dar um par de quatro estalos (caso o indivíduo em questão não seja maior que vocês, obviamente). Outra coisa importante, são aqueles pensamentos que por vezes nos assaltam, do género: “Não vou uma ou duas noites, lá para o meio da semana, que é para descansar”. Só pode ser brincadeira, mas é que nem pensar. Podes descansar durante o dia, mas faltar uma noite da Queima, isso nunca, é sacrilégio. Sabias que há pessoas que metem férias no emprego para poderem ir? E tu queres faltar? Ganha juízo!

Mas adiante. Outro ponto importantíssimo é o preço das bebidas; tens de te abastecer com moedas, das pequeninas, e quando te pedirem 9 euros, tens de negociar até conseguires que aceitem 9 moedas, não te contentes com menos, de outra forma estás a ser roubado… Nunca, mas nunca fiques de fora de uma rodada, brinde, etc., e se algum amigo teu o quiser fazer, é teu dever dissuadi-lo… Se quiseres podes ir aos concertos, mas não são obrigatórios, contudo deves assistir a pelo menos um, ou parte de um, por cada Queima. Obrigatório é comer um pão com chouriço por volta das 4 da manhã, regressas às barraquinhas, mais uma rodada, e bora lá uma horinha para a tenda de dança…

Se não foi desta que conheceste a tenda do INEM, não te preocupes, ainda tens mais 7 noites! Para o regresso, não aconselho carro. Se não moras no Porto, fica em casa de um amigo. Vai de autocarro e sempre que encontrares pessoas que estão a ir para os empregos, afinal são 7 da manhã, tenta perceber o que estarão a pensar enquanto olham para ti com ar de quem tem algo entalado no rabo. Boa Queima!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Quanto vale um beijo?

Hoje sinto-me lamechas, por isso aqui vai... Já pensaram na importância que tem um beijo? Quando estamos com aquela pessoa, com todas as inseguranças que a presença dela desnuda em nós, e não nos passa nada mais pela cabeça que não seja esse gesto de pura intimidade, de comunhão entre duas pessoas. É tão simples, basta juntar os nossos lábios aos dela, mas ao mesmo tempo tão complexo. Um beijo, quando sentido, encerra todos os nossos medos, diz tudo o que sentimos sem usar uma única palavra. Tomar a iniciativa de dar um beijo pode ser como saltar para um precipício, é incerto, podemos cair no ridículo, é assustador, parece que estamos sozinhos contra o mundo, isolados… Mas quando o beijo é retribuído, aqueles segundos em que percebemos que não caímos no precipício, o mundo afinal não está contra nós, somos capazes de tudo, de qualquer coisa, e já não estamos sós, aquela pessoa está em sintonia comigo, ela expôs-se tanto como eu e por uns momentos, juntos somos invencíveis!

Quanto vale um beijo? Não sei, mas como será possível quantificar algo que, em breves segundos, transforma uma pessoa cheia de incertezas e medos na pessoa mais segura do mundo, capaz de qualquer coisa?

3ª Participação de leitores – Conspiração II: Conspiração contra os escritores

A legalização das drogas seria perfeita para novos talentos (calma!!!!!!!!!!!!!!!!!). É claro que depois isto ia ser encarado como no futebol, quando alguém escrevesse algo realmente especial, lá vinha o controlo anti-doping e automaticamente a autoria passaria para outro gajo, se por acaso os limites tivessem sido ultrapassados. Os professores não dizem nas aulas que o Fernando Pessoa fumava ópio, só mencionam o facto de que era um génio, e era, mas e o ópio onde fica nisto tudo? Naquele tempo até a droga era boa, o ópio era bom e saudável, por isso é que digo que se hoje em dia a coisa fosse bem controlada em salas de “chuto e escrita” teríamos novos e geniais talentos nacionais para dar continuidade ao nosso glorioso passado literário.

Hoje em dia é muito difícil superar o Eça, que escreveu sobre dois irmãos a fazerem sexo e tornou a coisa muito romântica e bela, em vez de incestuosa e pecaminosa. Se hoje, a Margarida Rebelo Pinto escrevesse uma história assim, era uma grade maluca, tarada e sem qualquer tipo de gosto pelo belo ou romântico. Mas qualquer romantismo hoje é encarado como piegas e mandam logo bocas do género: “Estavas bem era a escrever para novelas.” O Stand-Up Comedy é bom, os Gato Fedorento são óptimos, este blog é muito fixe, mas um dia o Saramago morre e depois?

P.S. – Eu sou a esperança…

Autoria: Petra Scarlet

2ª Participação de leitores – Conspiração I: A conspiração dos domingueiros

Ainda existe uma pequena grande minoria que não sai aos domingos, enquanto esses existirem talvez haja esperança. São poucos os que sabem desta conspiração e por isso fecham-se em casa, a ver filmes reles na TV, no mais alto volume, para não ouvirem os risinhos das famílias “felizes” que passeiam na rua, e as buzinas dos carros em fila.

Mais que uma conspiração, é uma tortura e uma vingança para com o próximo, mesmo sabendo que isso vai trazer sofrimento pessoal. Ou seja, o domingueiro mete a família inteira dentro do carro, grande ou pequeno, incluindo animais de estimação e até mesmo o irritante boneco que abana a cabeça. E lá vão eles… Metem-se à estrada sabendo que 90% da população está a fazer exactamente o mesmo àquela hora. O domingueiro sabe que vai sofrer, mas o mais importante é que ele está a lixar a vida a alguém, ele não é o único; “Eu estou aqui, mas estes cabrões também estão”. E numa espécie de ritual domingueiro, lá andam eles a uma velocidade máxima e rebelde de 30km/h, ao mesmo tempo que as esposas olham as montras, eles olham os outros carros e respectivas famílias, e pensam que vão conseguir mesa no café e o cabrão do lado não, porque não é tão esperto. Eis que chega a hora do lanche, e ainda na estrada toca a encostar o carrito na sombra mais próxima e sacar dos rissóis, sandes de panado e Sumol sem gás.

Por fim o destino. No Verão, a praia, no Inverno, o centro comercial. Quando chegam, são horas de voltar para casa e entre arranjar estacionamento e insultar a mulher ou os filhos, o melhor é mesmo ir para casa ver a bola. As estradas portuguesas estão contaminadas aos domingos, mas o pior disto tudo é que se ficarmos em casa vamos apanhar com os mesmos filmes de há cinco anos atrás, parte I, II, III, IV… Estamos rodeados, teremos saída? Peço ajuda e soluções. Enquanto isso, fechadinhos em casa sem tirar o pijama a ver bons filmes alugados, dormir, e outras coisas interessantes para quem vive a dois. E o mais importante de tudo, pôr o relógio a despertar para a meia-noite, para sabermos que já não é domingo e festejar… Ups… E dai talvez não, porque a seguir ao domingo vem a porra da segunda-feira.

Autoria: Petra Scarlet