segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Shopping em família

Hoje é dia 24, o dia ideal para falar dessa bela tradição portuguesa de nos enfiarmos com a família num centro comercial ao fim-de-semana. Algum de vocês já experimentou aproximar-se nestes últimos dias do Norte Shopping? A menos a tenham um veículo cheio de nitroglicerina e intenções de requisitarem as vossas 7 virgens imediatamente, não tentem… Mais uma vez me apercebo que vivo numa família disfuncional; porque é que os meus pais não me levam ao shoppping ao domingo? Nos últimos fins-de-semana os meus pais têm ido passear sozinhos para o interior do país ou então ficam com os filhos em casa à lareira; eles não sabem aproveitar a vida, gostaria que desfrutassem de um bom centro comercial ao fim-de-semana… Pai, se estás a ler isto, pega na mãe no próximo domingo, nas minhas irmãs e em mim e vamos todos para o Norte Shopping! Vamos à hora de almoço e voltamos à noite, aproveitamos e almoçamos e jantamos lá. Muito gosto eu de ver aquelas famílias inteiras, de roupa nova (ou fato de treino Reetruck), a enfardarem hambúrgueres do McDonalds. Isto sim, é estreitar os laços que os unem na procura da partilha de algo comum (provavelmente uma brucelose ou uma encefalopatia espongiforme)…

Adiante! Concluo portanto que, para a maior parte dos portugueses, tão natural como comer rabanadas no Natal, é andar a puxar a Leninha e o João Vitor por um braço no meio do centro comercial num domingo à tarde. Tão tradicional como a árvore de Natal, é andar no Norte Shopping cheio de sacos com a mulher, os 3 filhos e a sogra num feriado. Tão desejado como reunir toda a família na época natalícia, é comprar as prendas de véspera, com a família toda presente e depois de ter andado 45 minutos à procura de estacionamento num centro comercial a abarrotar de gente aos berros… Viva o espírito de Natal à moda portuguesa!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Hollywood à portuguesa

Esta semana foi assassinado na zona do Grande Porto mais um homem ligado ao negócio da noite, desta vez foi um segurança à porta da sua casa em Gaia. O homem ia a sair de casa quando, de um carro cheio de indivíduos encapuzados, foram disparadas várias rajadas de metralhadora, resultando imediatamente na morte do tipo e na remodelação do portão da frente de sua casa. Tudo isto foi presenciado pela sua mulher. Há uma semana atrás, desta vez em Lisboa, o proprietário do Bar O Avião morreu quando o seu carro explodiu.

Mas o que é isto?! Parece a trilogia “O Padrinho” ou “Os Sopranos”... Este pessoal anda a ver filmes a mais; então agora quando alguém nos rouba o negócio, faz-se explodir o gajo! O que aconteceu a uns telefonemas anónimos para assustar ou uma boa carga de porrada? Uns dentes partidos, uma perna engessada, uns dias no hospital... Até aposto que estes indivíduos devem ter alcunhas, tipo “Tone Soprano”, “Leo Navalhas”, “Quim Corleone”, “Al Berto Capone”... Já estou a ver, um tipo entra na discoteca, qualquer coisa tipo “Bada Bing!” dos Sopranos, mas versão garagem, vai para uma salinha lá atrás, beija a mão ao Padrinho, entram umas miúdas com as mamas à mostra e os dentes quase todos e põem-se para ali a dançar enquanto o pessoal trata de negócios; umas ganzas para aqui, umas armas para ali, um tipo que é preciso “limpar”, etc, etc, etc... Coisas corriqueiras!

Bom divertimento nocturno, mas cuidado ao ligar o carro, se possível peçam a um empregado para ir dar uma voltinha primeiro com ele. Cuidado ao sair de casa, verifiquem se não há carros estacionados na vossa rua com tipos com as meias das mulheres enfiadas na cabeça. E devo confessar que vou ficar desiludido se até ao final do ano não vir a notícia de um empresário qualquer da noite (daqueles com ar de chulo – será que ter ar de chulo é um pré-requisito para se ser empresário da noite), que acordou e tinha uma cabeça de cavalo ao seu lado na cama... Bons filmes e boas cowboyadas!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Vou ao Estádio!

Campeões allez! Campeões allez! Espero vir a cantar isto logo à noite à saída do Dragão. Pois é, hoje vou ao Estádio. O Porto joga com o Besiktas e precisa pontuar para passar à fase seguinte da Liga dos Campeões. Ora bem, a primeira vez que fui ao Estádio do Dragão foi contra o Chelsea em 2005, quando ganhámos 2-1 à equipa do Mourinho e de certeza que a vitória teve algo a ver com a minha presença. Por isso logo lá estou, de modo a que o Cigano e companhia sintam a minha presença e façam com que o kebab caia mal aos turcos. O facto de eu lá estar vai ser determinante.

E por falar em coisas determinantes para o sucesso azul e branco; sinto igualmente que a ausência do Mariano Gonzales (esse prodígio) também será de capital importância. Jesualdo, se me estás a ouvir, vá lá, faz o jeitinho e deixa o tipo de fora, de preferência na bancada para não caíres na tentação de o meter a meio do jogo. Fica aqui a chave para mais uma vitória do Dragão amanhã: os seguranças que não impeçam a minha entrada no Estádio e o Jesualdo que impeça a do Mariano!

Eu sou um tipo que até gosta da bola, mas não tenho vontade nem paciência para ir ver jogar um Estrela da Amadora ou um União de Leiria; para dormir, durmo em casa que é mais confortável e barato (têm de admitir que na maior parte dos jogos da nossa Liga os espectadores deviam receber um prémio por conseguirem assistir até ao final). Já perceberam, sou um tipo que vai duas vezes por ano ao estádio e sempre para a Liga dos Campeões (sim, porque apesar de haver emoção quando se defronta o Benfica ou o Sporting, os adeptos transformam-se em autênticos imbecis – meninos das claques principalmente, mas não só – o que me leva invariavelmente a optar pela Champions). Outro factor é o preço dos bilhetes. O bilhete mais barato para não sócios é 30 euros! Isso mesmo, 6 contos! Este pessoal está maluco. Vou lá para cima quase para o telhado do Estádio e pago 30 euros! Isto deixa-me fulo, o que é que os dirigentes do FCP querem com este jogo? Ganham um balúrdio em bilhetes, mais transmissão televisiva e, caso vençam, mais 600 000 euros (é isso mesmo, 120 mil contos). Agora imaginem este cenário várias vezes por ano, mais vendas de jogadores por 20 e 30 milhões de euros cada, e no final da época? Prejuízo, sempre! É preciso ter lata para dizerem que não metem dinheiro ao bolso e não distribuem comissões ao primo, à tia, à sobrinha e a toda a gente envolvida em qualquer negócio, lícito ou ilícito... E viva a bola!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Formar nas formações

Buono giorno! Estou aqui em Viana a escrever este texto em papel. E perguntam vocês: “Ah e tal, e o que faz um tipo bonito como tu da mui nobre e invicta cidade do Porto na, também muito interessante, Princesa do Lima?” Estou numa espécie de conferência, as “II Jornadas da Unidade de Microbiologia Aplicada” sobre o tema “Prevenção de Riscos na Cadeia Alimentar”.

As jornadas ainda não começaram e já tirei a primeira conclusão: Eu ainda não cresci! – Estou à espera para entrar para o auditório e, qualquer tipo com sangue na veia, percebe que estou naquela fase indispensável de análise e classificação do mulherio que vai surgindo no recinto. Ainda por cima vim com outro Mosqueteiro, o que vai implicar uma troca de comentários sobre os exemplares de topo e classificações que rondam o profissionalismo. Após a rigorosa eleição do Top 5 feminino, entrámos para o auditório, aquilo lá começa, etc e tal, nada de interessante e passamos ao Top 5 das oradoras: não interessa, corta, corta, homem, homem, corta, não interessa... Alto! Ora aqui está algo que justifica a deslocação a Viana. Sim senhor, decote quanto baste, lencinho azul ao pescoço, fato, elegante... A menina tem o apelido Malheiro, o que fica sempre bem, e ainda por cima trabalha em carnes; as ideias começam a borbulhar, os trocadilhos... Tirou claramente o primeiro prémio, incluindo com as universitárias presentes. Estive com o máximo de atenção, apesar de não saber sobre o que falou... O Top 5 ficou reduzido a um Top 1, mas de categoria!

Adiante. Senhores organizadores destas coisas, por favor tenham cuidado com a escolha dos oradores, isto não é assim, aleatoriamente e, a menos que se trate de uma convenção sobre doenças da próstata, não deve ter o mesmo número de homens e mulheres... Um dia inteiro a ouvir pessoal falar, já se sabe, puxa pelo sono e há que utilizar todas as artimanhas de captação da atenção do público. Umas meninas seleccionadas a dedo (como a Malheiro), intercaladas com oradores a sério, ajudariam a manter a audiência desperta e cativada até ao final. Fica o Conselho.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Evolução mascarada

Estamos em dezembro, época natalícia, por isso vamos falar do Carnaval! Quando eram crianças, quantos de vocês se vestiam de vilões no Carnaval? Nenhum provavelmente... Pelo menos no meu tempo era assim; Super-Homem, Batman, Robin dos Bosques, Fada, Princesa, Enfermeira, Xerife, Índio... Na adolescência as coisas já são diferentes, metade dos miúdas abandonam os heróis e preferem um Darth Vader, Lobisomem, Frankenstein, Vampiro, Bruxa... Na idade adulta a reviravolta é completa, já não se encontra um único herói, mantêm-se os Monstros, Darth Vader, Bruxas, etc, mas principalmente surgem as p****! Não digo literalmente (essas também que não é por ser Carnaval que vão meter férias), mas refiro-me a pessoas fantasiadas de mulheres da vida, freiras lascivas, enfermeiras (mas enfermeiras diferentes daquelas que apareciam na escola primária, estas costumam surgir com mais frequência em alguns canais por cabo de língua castelhana e de horário nocturno), professorinhas (daquelas que também costumam aparecer nos mesmos canais por cabo), etc e tal...

Associando estes factos a alguma psicologia básica e analisando a natureza humana podemos tirar algumas conclusões. A primeira é a mais simples e directa, quando somos crianças queremos salvar o mundo. Quando somos jovens estamos naquele eterna luta entre o bem e o mal, questionamos tudo, sem sabermos quais as opções acertadas, queremos entender o mundo. Quando somos adultos, já com alguma experiência de vida, não pensamos em salvar o mundo, nem sequer em entender o mundo, queremos apenas fo**-**.

Bom Carnaval… Cheio de prendinhas… E rabanadas… E mexidos… E bacalhau…

Contadores a contarem

Saudações energéticas! Vinha eu no carro hoje de manhã a ouvir rádio, e uma das notícias relatava que o Estado pretende substituir os contadores de electricidade que temos nas nossas casas por contadores digitais que permitam uma leitura à distância, evitando que alguém tenha de se deslocar às casas das pessoas para efectuar essas mesmas leituras, como acontece actualmente. Até aqui tudo bem, bravo, progresso! Em Espanha vão fazer o mesmo! Mas quem paga estes contadores digitais? O consumidor, claro! (Isto é que já não acontece em Espanha, lá são as empresas que vendem a electricidade que vão suportar os custos).

Deixem-me ver se percebi, o Estado instala novos contadores que, permitindo leituras à distância, lhes vão trazer lucro, pois deixam de ter de pagar aos funcionários que andam actualmente de casa em casa a fazer essas mesmas leituras. Ou seja, o Estado está a fazer um investimento para aumentar o seu lucro, não é para nossa comodidade, ao consumidor tanto faz que essa leitura seja feita à porta de sua casa como numa central qualquer a 300 km de distância. E quem paga esse investimento para beneficiar a EDP e consequentemente o Estado? Somos nós!

Exemplo: eu pretendo instalar em minha casa painéis solares, de modo a reduzir os meus gastos em electricidade. Vou investir nos painéis e na instalação dos mesmos, mas vou enviar a conta ao estado. O estado que pague para eu reduzir as minhas despesas... Olha que boa ideia!

Outro exemplo: o Manel Quim quer ir às meninas para poupar a mulher, até porque há uma brasileirinha nova que o Teotónio já lhe disse que é um espectáculo. Ele vai lá, conhece a Jaciara, e no dia seguinte vai às Finanças pedir o reembolso dos 80 euros… Afinal foi um investimento a pensar no bem-estar da esposa…

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Campos de papoilas

Buyakasha! E por falar em droga, vamos tirar o pó a este assunto (Perceberam? Droga, pó...). Ou então vamos injectar algo novo sobre o tema (Ah, que tal? Droga, injectar...). Hoje estou imparável...

Imbecilidade à parte, vamos falar de agricultura. A nossa agricultura está em crise, etc e tal, o governo não dá os incentivos necessários aos agricultores, e não sei mais o quê... Deixem-se de lamúrias! O governo não dá, tomem uma atitude. E também qual é o objectivo de produzir algo que dá prejuízo? Para isso não produzam nada, poupam dinheiro e o estado também. Se querem produzir, vamos falar de coisas que valham a pena, vamos falar de papoila! A papoila é um produto cheio de vantagens, aguenta condições climatéricas adversas, tanto cresce nas planícies alentejanas, como nas encostas da Serra da Estrela, dá um belo colorido aos campos e permite elevadas margens de lucro, não se prevendo para breve quebras de consumo no mercado dos opiáceos.

Ouço algumas vozes dizerem: “Ah e tal, mas é muito difícil fazer entrar a droga nos países da Comunidade Europeia”. A sério? Então produzam-na já cá dentro! Senão vejamos, vocês são os responsáveis por receber os contentores de mercadoria que chegam ao porto de Sevilha, e recebem dois contentores, um com polvo proveniente da Colômbia e outro com rendas de bilros do Alentejo. Qual é que vos vai preocupar? Vocês nem sequer abrem o contentor das rendas, e lá passa metade das 18 toneladas de renda em saquinhos de cocaína. Agora o polvo colombiano já é outra história, não só abrem o contentor, como furam os bichos e desconfiam quando começa a sair um pó branco do interior de um polvo de 8 kg. E pronto, do contentor de 18 toneladas, dão registo de 9.000 kg de polvo e 8.990 kg de cocaína de elevado grau de pureza... Um mês depois, quando estiverem de férias na Jamaica a pensar no Ferrari novinho que têm em casa, nem sequer se lembram que alguma vez vos passou pela mão um contentor de rendas de bilros.

Vá lá, da próxima vez que for ao Algarve quero passar pelas planícies alentejanas e ver campos de papoilas intermináveis. Vamos dar um empurrãozinho à nossa agricultura e já agora à economia também.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Solução à vista

Este mês já excedemos a cota de estupidez permitida, pelo que vamos falar de coisas sérias... Ou quase, vamos falar de política internacional. Mais concretamente da situação do Zimbabwe e do seu presidente o Sr. Robert Mugabe. Eu não estou muito por dentro do assunto, mas como descobri a solução para o problema, vou partilhá-la convosco de qualquer forma. Parece que o Sr. Mugabe decidiu que o Zimbabwe é a sua consola de jogos e que mais ninguém podia brincar. Sendo assim, este ditadorzinho com um ego maior que as calças, fez ruir a economia do país, realizou assasinatos em massa, persseguições, enfim, condenou à fome, à guerra e à miséria um país inteiro. Neste momento existem já cerca de 4 milhões de refugiados que tiveram de fugir do Zimbabwe! 4 milhões! O equivalente a 40% da população portuguesa!

Outro lado interessante deste problema é que ninguém faz nada, certamente o Sr. Bush não terá interesses comerciais na região. Ainda não inventaram motores que usem como combustível a muamba...

Mas isto não tem solução? Claro que sim e até é bem simples. Vai-se realizar este mês em Lisboa a 2ª Conferência Europa – África, na qual a besta do Mugabe já disse que ia estar presente, apesar de todos os apelos internacionais em sentido contrário. Ora muito bem, se o senhor vem até ao Parque das Nações apanhámo-lo logo ali, amordaçamo-lo e enfiamos os pezinhos do menino dentro de um balde de cimento. Fica a secar enquanto alguém faz um discurso sobre direitos humanos, e depois zás, Rio Tejo com ele! Simples, rápido e eficaz. O Tejo já está tão poluído que não é mais este bocadinho... Pensem bem, acham que alguém na terra natal do tipo se ia importar? Nem sequer os do próprio partido; muito menos esses! Um vice qualquer do governo do Zimbabwe ia encarar isto como a oportunidade de subir ao poder e ao mesmo tempo abandonar o formato governativo do Mugabe, instituindo qualquer coisa semelhante a uma democracia e caindo nas boas graças das potências mundiais.

Pensem nisso meus senhores, não desperdicem as oportunidades que nos surgem, principalmente aquelas que nos são entregues numa bandeja... Ou num balde de cimento... E viva a diplomacia!

Escolhidos a dedo

Saudações desportivas, ou perto disso. Por falar em desporto, ontem fui jantar com a Soraia Chaves, como estava frio acabamos por ficar em casa dela e petiscar qualquer coisita por lá, mas não é sobre isso que venho falar... Toda a gente diz que é importante praticar desporto, então eu, há muito tempo atrás quando ainda ouvia o que as pessoas diziam, decidi arranjar um hobbie desportivo. Na altura surgiram-me duas opções, futebol ou rendas de bilros. Como o meu jeito para as rendas era no mínimo questionável, acabei por optar pelo futebol para grande desgosto da minha mãe.

Portanto, jogo futebol a um nível amador, o nível mais baixinho que existe, aquele nível em que às vezes sentimos de devíamos compensar financeiramente as pessoas que têm a coragem e a paciência para assistir a um jogo até ao final. Desporto deste nível, como é óbvio, tem uns árbitros a condizer. Vou-vos confessar, um dos meus sonhos é poder assistir com uma câmara oculta a uma conferência onde se reunam todos os árbitros do futebol amador português. Estes senhores parecem escolhidos a dedo, devem passar por algum processo de selecção onde, caso não lhes seja detectada alguma disfunção mental ou distúrbio de personalidade, são logo chumbados. Já tive casos, não tão poucos quanto isso, em que aparecem árbitros bêbados nos jogos, isso mesmo bêbados! Mas isso nem é o mais grave, vocês nem imaginam a frequência com que estes senhores se deixam comprar (digo comprar em vez de subornar, porque suborno implica algo obscuro, feito na clandestinidade, e não é o caso, trata-se de uma compra à vista de toda a gente, quem chegar lá primeiro compra o produto). Eu desconfio que alguns destes guardiões da verdade desportiva se devem vender por um garrafão de vinho. Nem imaginam como são vulgares estas situações. Se disser que apenas 25% dos árbitros que me aparecem em jogos não demonstram indícios claros de estarem comprados, posso estar a cometer um exagero, mas é por excesso. Garanto, não ultrapassam os 25%.

Mas adiante, eu até percebo, aqueles jogos não interessam nem ao menino Jesus e eles querem ganhar alguns trocos, porque afinal a crise afecta a todos e eles também têm contas para pagar. É uma forma de passar o domingo, enquanto eu digo “Mãe vou jogar à bola”, eles dizem “Querida, logo à noite já temos dinheiro para o plasma”. Bom desporto, sem irritações, se puder ser com verdade desportiva tudo bem, mas isso não é o mais importante...

A nossa morena

“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça,
É ela menina que vem e que passa,
Seu doce balanço caminho do mar,
É moça do corpo dourado do sol de Ipanema,
O seu balançado é muito mais que um poema,
É a coisa mais linda que eu já vi passar”...

É precisamente esta última parte “É a coisa mais linda que eu já vi passar” que, apesar de eu saber que esta canção fala da mulher brasileira, me parece escrita de propósito para a moreninha portuguesa. Já viram coisa mais linda que a morena portuguesa? Eu não!

Nem assim somos favoritos?

Já foi o sorteio para o Euro 2008! Portugal vai jogar com a Suíça, República Checa e Turquia. Sejamos claros, melhor não podia ser! A República Checa é boa, mas os outros dois são fraquinhos. É óbvio que se conseguiram a qualificação (a Suíça não teve de o fazer, mas tem o factor casa) não podem ser muito fracos, mas não estão ao nosso nível.

Mas acham que o Sr. Scolari assumiu o nosso favoritismo evidente neste grupo A? “Nem pensar, são as 4 equipas do mesmo nível” – disse o discípulo da Senhora do Caravagio. O que seria preciso para que ele considerasse Portugal favorito? Ficarmos no grupo do Togo, Zimbabwe e Filipinas? Era giro, mas parece que estes países ainda não fazem parte da Europa... O que não dava a Alemanha para ter o Bosingwa, o Pepe, o Ricardo Carvalho, o Bruno Alves ou o Meira? O que não dava a França para ter um médio como o Deco? O que não dava a Itália para ter um Cristiano, um Nani ou um Quaresma? Não admira que não ganhemos nada, nem nós acreditamos no nosso valor...

De qualquer forma, com ou sem favoritismo, boa sorte para a Selecção e portem-se bem que eu vou andar por lá e não me dá jeito nenhum ficar com azia logo no início do Europeu.

Jantar de negócios

No passado sábado, dia de Benfica-Porto, fui jantar a um dos restaurantes mais típicos de Matosinhos, “A Mariazinha” (aqui fica um viva a esse grande estabelecimento). Ora estava eu ainda a sentar-me depois dos festejos do golo de trivela que o cigano marcou aos lampiões, quando reparo nuns festejos em tom adocicado, assim tipo uma mistura de Copacabana e Elefante Branco (aqui fica mais um viva a outro grande estabelecimento). Numa mesa ao lado estavam 3 empresários. E perguntam vocês como é que eu percebi que eram empresários? Por causa das duas pu… Das duas brasileirinhas que estavam com eles… Uma delas tinha uma camisola do FC Porto vestida, certamente prenda de um dos cavalheiros.

Aquilo parecia uma cena de um filme barato, daqueles com argumento de mercearia e orçamento a condizer. Uma mesa redonda, 3 homens na casa dos 50 que falavam entre si e viam o jogo e duas mulheres por volta dos 25/30 anos que estavam a brincar com os telemóveis e falavam muito alto (não sei se fazia parte do acordo, mas elas anunciavam à sala inteira a sua presença). No início do jantar eles nem sequer falavam para elas, também era natural, ainda não as conheciam... Na parte final dois dos senhores já tinham cada um a sua pu... A sua sobrinha, com direito a mãozinha na perna e tudo. O terceiro homem estava para ali a olhar com ar de “será que ainda vai sobrar qualquer coisinha para mim?” Se calhar achou que pagar 500 euros por uma noite de sexo seria excessivo, enfim, nem todos podem ter a clarividência dos outros dois cavalheiros...

Mas o mais degradante nem sequer é o conceito de recorrerem a prostitutas, de pagarem para ter sexo, mas sim pagarem para ter carinho. Isso mesmo, eles pagaram para elas irem jantar com eles, para estarem sentados a conversar com a mão na perna delas, para serem vistos em público com mulheres mais jovens e bonitas. Eles estavam lá com aquele ar de “sou o maior da minha freguesia e no final pago tudo com uma nota de 500 e está esta gente toda a olhar para mim e a invejar-me”, só que não era bem assim, eu estava com vergonha por causa deles; sabem, aquele desconforto quando vemos alguém a fazer algo humilhante? Enfim, vivam os jantares de negócios.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Luzinhas que piscam

Saudações natalícias! Estamos em Dezembro e o mesmo é dizer que somos obrigados a levar pelos olhos dentro em todo o lado com motivos de Natal, enfim, incentivos ao consumo de toda a espécie. Montras, presépios, música ambiente (o que eu vos podia falar sobre a música ambiente da época natalícia e o quanto esta desperta em mim aquele sentimento, que julgamos não possuir, de fundamentalista islâmico com vontade de reclamar imediatamente as 7 virgens a que tem direito contra alguma esplanada cheia de dondocas com saquinhas enfeitadas com neve e onde se ouvem esses melodiosos incitamentos ao genocídio)...

Mas hoje vamos falar de iluminações de Natal! Sabem, aquelas que enfeitam as ruas das nossas cidades, aquelas que fazem um belo conjunto com as musiquinhas... Na minha cidade, os inteligentes senhores camarários que decidem estas coisas, este ano lembraram-se de colocar luzes azuis fluorescentes (não sei se percebem de que tipo de luz estou a falar, é uma espécie de luz negra-azul-fluorescente-radioactiva-de-discoteca). É maravilhoso ver as avenidas com aquele brilho radioactivo, até o edifício da Câmara Municipal está iluminado da mesma forma. Parece que a cidade acabou de sofrer um acidente nuclear de grande escala e as autoridades do poder central ainda não tiverem tempo de vir limpar tudo com uns quilinhos de Napalm...

Quem será que toma estas decisões? Eu sei que a Instituição Camarária deve dar o exemplo no que se refere a igualdade de direitos de empregabilidade para as pessoas com qualquer tipo de incapacidade, por exemplo, os invisuais; mas não os deviam deixar escolher as cores dos enfeites de Natal... Eu não vou representar Portugal no festival da canção, pois não? (Se bem que os que lá vão...); O Eusébio não andava a fazer rendas de bilros, a Amália não tentou ser ponta-de-lança da Selecção (mas o Nuno Gomes tenta...), o Carlos do Castro e o Cláudio Ramos não se fazem passar por homens, o governo não anda a brincar com o dinheiro dos portugueses... Tudo bem, este último exemplo foi infeliz, mas a questão é que cada um deve fazer aquilo que sabe e não se deve meter de forma alguma naquilo para que não tem jeitinho nenhum.

Fica aqui o conselho. E quem estiver a pensar no suicídio ou homicídio massificado, mas andar com falta de coragem e estiver a precisar de um empurrãozinho, vá até Famalicão que encontra a motivação que precisa...