terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Jantar de negócios

No passado sábado, dia de Benfica-Porto, fui jantar a um dos restaurantes mais típicos de Matosinhos, “A Mariazinha” (aqui fica um viva a esse grande estabelecimento). Ora estava eu ainda a sentar-me depois dos festejos do golo de trivela que o cigano marcou aos lampiões, quando reparo nuns festejos em tom adocicado, assim tipo uma mistura de Copacabana e Elefante Branco (aqui fica mais um viva a outro grande estabelecimento). Numa mesa ao lado estavam 3 empresários. E perguntam vocês como é que eu percebi que eram empresários? Por causa das duas pu… Das duas brasileirinhas que estavam com eles… Uma delas tinha uma camisola do FC Porto vestida, certamente prenda de um dos cavalheiros.

Aquilo parecia uma cena de um filme barato, daqueles com argumento de mercearia e orçamento a condizer. Uma mesa redonda, 3 homens na casa dos 50 que falavam entre si e viam o jogo e duas mulheres por volta dos 25/30 anos que estavam a brincar com os telemóveis e falavam muito alto (não sei se fazia parte do acordo, mas elas anunciavam à sala inteira a sua presença). No início do jantar eles nem sequer falavam para elas, também era natural, ainda não as conheciam... Na parte final dois dos senhores já tinham cada um a sua pu... A sua sobrinha, com direito a mãozinha na perna e tudo. O terceiro homem estava para ali a olhar com ar de “será que ainda vai sobrar qualquer coisinha para mim?” Se calhar achou que pagar 500 euros por uma noite de sexo seria excessivo, enfim, nem todos podem ter a clarividência dos outros dois cavalheiros...

Mas o mais degradante nem sequer é o conceito de recorrerem a prostitutas, de pagarem para ter sexo, mas sim pagarem para ter carinho. Isso mesmo, eles pagaram para elas irem jantar com eles, para estarem sentados a conversar com a mão na perna delas, para serem vistos em público com mulheres mais jovens e bonitas. Eles estavam lá com aquele ar de “sou o maior da minha freguesia e no final pago tudo com uma nota de 500 e está esta gente toda a olhar para mim e a invejar-me”, só que não era bem assim, eu estava com vergonha por causa deles; sabem, aquele desconforto quando vemos alguém a fazer algo humilhante? Enfim, vivam os jantares de negócios.

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