segunda-feira, 9 de abril de 2007

Tráfico de cacau


Um destes dias estava a ler um livro e deparei-me com dificuldades em focar as letras, percebi então que tinha que usar óculos, mas isso agora não interessa... O que venho falar hoje é muito mais importante que a minha dificuldade em ler as letras pequeninas. A Páscoa está aí e isso despertou a minha atenção para uma questão que tem vindo a ser ignorada há já vários anos: “Qual a percentagem da igreja no comércio mundial de cacau?”

Eu sei que esta é uma interrogação incomodativa para muitas facções da nossa sociedade, e que agradaria a muitas pessoas que tal assunto fosse deixado entregue ao anonimato. Contudo, a minha rectidão moral não mo permite, e venho aqui tirar o coelho da toca... (Perceberam? Coelho, Páscoa...).

Toda a gente sabe, pelo menos aqueles que olham para além do mundo fantasioso (e doentio, na minha opinião) da Floribela, onde pessoas e vegetais partilham laços familiares, que existem grandes lobbies alimentares para a igreja, como por exemplo a indústria da hóstia, do vinho barato, dos papos de anjo, das barrigas de freira, do folar, do bolo rei, das rabanadas, dos mexidos, da aletria, das filhozes, dos sonhos, dos cogumelos alucinogénicos... (Este último é possível que esteja a confundir, mas depois de ouvir certos discursos de alguns membros do clero, dá uma ideia nítida de que são fortes consumidores deste tipo de substâncias).

Seguindo este raciocínio, posso-vos transmitir de fonte segura (mais ou menos segura, na altura pareceu-me uma pessoa que não consumia substâncias ilícitas há mais de 3 minutos, seguramente), que muitas das vestes decoradas a ouro e fartos anéis do mesmo metal que enfeitam as mãos papudas dos nossos clérigos que acariciam as nossas crianças, são financiados por essa indústria predadora, que é o comércio do cacau, motivado por interesses obscuros, em especial nesta época. Por isso, lanço-vos um apelo, esta Páscoa deixem de lado as amêndoas e ovos de chocolate, em vez disso ofereçam, por exemplo, legumes. Em vez de um saco de Cláudias, um molho de brócolos, em vez de um ovo Kinder, um rabanete ou um nabo ou outro qualquer tubérculo... É por uma boa causa!

Sem comentários: