quinta-feira, 5 de julho de 2007

Vamos brincar ao teatro

Ide todos à merda! (É para dar sorte…). Mas vem a propósito. O assunto do momento, no que às gentes do espectáculo diz respeito, é a passagem da gestão do Teatro Rivoli para o Sr. Felipe La Féria. Devo confessar que não estou muito por dentro do assunto, mas como em tantas outras situações, isso não me vai impedir de exprimir a minha opinião.

Começamos pelo nome do teatro em questão. Chama-se Rivoli Teatro Municipal! Ora bem, se é MUNICIPAL, é porque pertence ao MUNICÍPIO, logo tem como objectivo servir os MUNÍCIPES, certo? Portanto, considero no mínimo contraditório entregar o teatro a um tipo de Lisboa (e o facto de ser de Lisboa não é o problema), completamente amaricado (e isto também não é o problema), com uma vozinha rouca tão irritante (ainda não é este o problema), e que tem a mania que tem talento, que faz peças “à Broadway”, que faz estreias “à Broadway”, com convidados VIP’s “à Broadway” e com orçamentos “à Broadway” (agora sim, estes são os problemas do Gnomo – digam lá se não parece um gnomo com aqueles óculos e a vozinha “máscula” de cana rachada?). A juntar a tudo isto temos a qualidade das peças… Enfim, são deploráveis, simplesmente deploráveis. Talento zero! Como explicar todas as peças do La Féria? É simples; muita gente no palco, muita mesmo, pessoas a entrarem de todo o lado, confusão enorme. Muito barulho, canções, pessoas a cruzarem-me, simples anarquia… 500 pessoas no palco. Deve ser tipo “se o público vir muita gente em palco, muito barulho, mesmo que não perceba nada, conclui que é bom, bate palmas, aconselha os amigos a virem, etc e tal”.

O problema é que os frequentadores do Rivoli gostam de teatro a sério, percebem de teatro, e o Rivoli vai-lhes ser tirado. Vejam se percebem uma coisa, nós não queremos a Broadway, queremos o Rivoli! O Gnomo começou esta sua cruzada com uma peça que se chama “Jesus Cristo Super Star”. Que surpresa, um musical da Broadway… O local ideal para este musical era o Mercado do Bolhão, não o Rivoli. E com o orçamento desta cópia barata, produziam-se 10 peças de teatro a sério, subsidiando-se outras tantas companhias de teatro a sério, com actores a sério e apoiava-se cultura a sério. Mas para quê ter teatro a sério, quando podemos brincar ao teatro?

Sem comentários: