terça-feira, 3 de julho de 2007

Causas justas, mas com bom gosto

Um dia destes, ia eu a passar na Rotunda A.E.P., ou Rotunda dos Produtos Estrela, ou Rotunda do NorteShopping, quando dou de frente com um outdoor gigantesco bem no meio da rotunda. Trata-se de uma fotografia de cara de duas mulheres, muito apelativas por sinal, maquilhadas e beijando-se na cara, cena íntima, muito sensual. Tenho de confessar que o cartaz demonstrava um imenso bom gosto, pedia que olhassem para ele. Se tivesse de descrever as meninas diria que são daquelas que dão vontade de me fechar num quarto com elas e dar largas à imaginação…

Foi então que tentei perceber sobre o que era o outdoor. A mensagem escrita era a seguinte: “Contra a homofobia. Somos iguais a ti”. Ah, é uma campanha de defesa da homossexualidade! Ora aqui está uma ideia inteligente para defender a causa, com bom gosto, não criar polémica e ainda arrecadar apoios externos… É tudo uma questão de criatividade. Quando se fala em homossexualidade, a maior parte das pessoas produz uma imagem de dois homens sem roupa a abraçarem-se (ou pior ainda, a abraçarem-se pelas costas…). Esta visualização incomoda algumas pessoas, verificando-se por vezes, por parte de alguns acéfalos, demonstrações de intolerância absoluta. Devo confessar que não é imagem que me desenhe um sorriso na cara, mas também não é por isso que vou começar a atirar garrafas de vodka com um paninho a arder no gargalo, nem a perseguir meninos com t-shirts com a inscrição “Eu gosto por trás, e tu?”. Agora este outdoor já é outra questão… Eu duvido que alguém no seu perfeito juízo, mesmo aquelas bestas que têm no seu currículo algumas biqueiradas nas cabeças de alguns Cláudios Ramos, possa dizer que não gosta do que está ali representado!

Deixo então um apelo às associações de defesa dos direitos pela igualdade dos homossexuais. Não abdiquem nunca de defenderem os vossos direitos, mas sigam este exemplo; não é só a causa que interessa, mas também a forma como se apresenta. É como pôr o Paulo Portas em lingerie a vender tapetes de Arraiolos ou a Soraia Chaves. Aposto que com a segunda opção, cada português teria, pelo menos, um tapete de Arraiolos em cada compartimento da sua casa! Enquanto que as vendas do Paulinho das Feiras resumir-se-iam ao Carlos de Castro, ao La Féria e ao Baião (entre outros notáveis)… Vivam as causas sérias!

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